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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Rust Cohle


Quando comecei a assistir True Detective esperava uma boa série, mas acabo me deparando com uma das melhores séries que já assisti e com a certeza de como as produções cinematográficas ainda podem surpreender e não tem muita previsão de "falta de conteúdo".
A série se desenvolve em torno de dois detetives que investigaram um caso de um serial killer e 17 anos depois têm que prestar depoimentos à polícia sobre esse caso, tendo suas vidas mais uma vez interligadas. O fato da série ser narrada em períodos de tempo diferentes traz um dos seus maiores atrativos, a questão do mistério e do próprio desenvolvimento dos personagens se torna fantástica. True Detective tem todas as características de uma boa série viciante: Uma história interessante com um mistério que lhe deixa preso e cada episódio de tirar o fôlego, aquela fotografia belíssima que não tem como não encher os olhos, e principalmente personagens marcantes, ou na minha humilde opinião, um personagem marcante.

True Detective é uma ótima série, sem dúvida, mas uma das coisas que a mais torna interessante, e eu diria o dono da atenção da temporada, é o personagem Rust Cohle, o detetive interpretado fantasticamente pelo vencedor do Oscar, Matthew McConaughey. Uma das coisas que mais me encantam na produção de cinema/tv é a capacidade de interpretação dos atores, e nesta série,  Mathew mostra a que veio chamando a atenção desde o primeiro episódio.

O personagem de Rust Cohle é um homem extremamente solitário, mostrado inicialmente como um anti-social que não está nem aí pra nada. A cada palavra que solta durante uma conversa com Martin Hart, seu companheiro de caso (interpretado por Woody Harrelson), percebe-se que ele não está nem aí em fazer amizades, apenas em trabalhar no caso. Não apenas isso, Rust se mostra um cara "pessimista" e um pouco amargurado com a vida, o que se torna ainda mais enfatizado no Rust do presente, o mesmo cara fechado e solitário, mas com tudo isso agravado no seu próprio semblante de "sou superior a todos vocês".


Rust é um dos personagens mais filosóficos que eu já vi, sua aparente  insatisfação e indiferença vomitam reflexões sobre a vida.
Durante o desenvolvimento da série lembrei muito da frase de Edward Blake, o Comediante: "Quando se percebe que tudo é uma piada, ser o comediante é a única coisa que faz sentido". Talvez seja esse um pouco do lema que guiava a vida de Rust. Um cara que não tinha esperanças de uma vida "plena e feliz", e acredito que via as buscas disso como ineficazes, com dúvidas pelo próprio sentido da vida, encarava a vida com indiferença. Se dedicando por completo ao trabalho, Rust tinha algo na vida pelo que valia a pena lutar e ocupar seu tempo. 

Vendo esses comentários, pode-se pensar que é só mais um personagem "revoltado" clichê, mas Rust mostra o reflexo do eu insatisfeito, indiferente e realista. Trazendo um personagem com discursos muito além do espírito "Tyler Durden de ser". Lembra dele? Aquele personagem famosão de Clube da luta com todas aquelas frases "revolucionárias? Tudo slogan idealista.


domingo, 5 de maio de 2013

American Horror Story: Duas temporadas de belo horror



O que define uma boa série? Muitos fatores, sem dúvida. Mas a “prisão” do telespectador eu defino como o mais importante. Uma série que consegue demonstrar bem essa prisão é American Horror Story.
A princípio não esperava muito da série, mas conseguiu surpreender de uma forma muito boa. Um dos principais atrativos de “American” é a curiosidade que lhe desenvolve. A cada episódio acontece algo que lhe faz ficar desesperado para saber logo o que vai acontecer, fazendo com que você fique extremamente curioso para terminar logo a temporada. 




Assim como eu muita gente não se entusiasmou muito em assistir, nem preciso dizer que é por todo o seu clichê. Mas o que seria do gênero horror sem clichês? A série é uma espécie de homenagem ás histórias de terror americanas, e na primeira temporada temos logo de cara um dos maiores clichês do terror: Uma casa mal-assombrada. E a casa é só um ponto da longa reta que vemos de grandes clichês, como o filho do demônio, fantasmas e assassinatos em massa em escolas. E apesar de tudo a série consegue ser diferente, viciante e com um final surpreendente digno de palmas.
A primeira temporada gira em torno de um casal que passou por uma crise e em busca de iniciar uma nova vida, muda-se com sua filha adolescente para uma nova casa. A casa, é à primeira vista a casa dos sonhos (lembra algo?), mas que esconde horrores que aos poucos vão sendo mostrados. “American” consegue de uma forma incrível ser uma verdadeira série de terror, com muitas cenas mostradas em flash causando uma confusão intencional na sua cabeça. Elementos já conhecidos como sustos, vidros quebrando, tremores, são usados com sucesso, despertando realmente horror e perturbação. Tanto que a  todo momento eu ficava esperando algo assustador acontecer.  Não só se lhe perturba com o “horror assustador”, mas o horror psicológico, o drama de toda a história, de cada personagem.  Uma série boa é feita por uma boa história e outras coisas, como já falei no início, mas todos os detalhes envolvidos proporcionam maior sensação de completo. Presto muito atenção nos detalhes, e um deles é as aberturas, e “American” se mostra como uma completa série de terror com sua macabra abertura. Também aborda assuntos polêmicos recorrentes, como o aborto e homossexualidade. Apresentando também um caso entre o personagem principal que é terapeuta, com uma paciente, como certa crítica á falta de ética de alguns profissionais da área.

E há muito o que falar do trabalho dos atores da série, alguns deles presentes na segunda temporada. Jessica Lange deu um verdadeiro show como a misteriosa vizinha Constance. Gosto muito também da interpretação de Frances Conroy como a versão idosa da empregada Moira. Mas há um que ficou extremamente bom, uma das personagens mais bem interpretadas da série, Nora Montgomery, a primeira dona da Murder House, com uma atuação incrível de Lily Rabe.

Jessica Lange como constance

A insana Nora Montgomery



E o que falar da segunda temporada? Se a primeira foi  fantástica, a segunda fez com que ela parecesse uma sériezinha  fracasso. Fiquei muito surpresa  com o quanto conseguiu superar. Nessa também temos presente muitos clichês: serial killers mascarados, possessões, exorcismos... 




A segunda temporada, Asylum, se passa na década de 60, em um hospício liderado pela freira Jude, Irmã Jude (Jessica Lange, mais uma vez na série) e pelo Dr. Arthur Arden (James Cromwell), os dois tem segredos obscuros e desejos jamais realizados. Nesse hospício é preso Kit Walker (Evan Peters, também veterano), sob acusação de ser o Serial Killer conhecido como Bloody Face (cara sangrenta), a partir daí temos o desenvolvimento da história com outros prisioneiros do Hospício Briarcliff. 

Se a primeira temporada abordou temas polêmicos e fez críticas a algumas coisas, a segunda foi “A crítica”. Asylum aborda de uma forma maior esses temas. Temos mais uma vez um casal homossexual, o aborto é outra vez recorrente, e como a série se passa na década de 60, foi mostrado um pouco do preconceito com, por exemplo, casamento inter-racial. Experimentos científicos em humanos é outro ponto importante da série, assim como o tratamento desumano que era dado aos pacientes em muitos manicômios no passado (e ainda hoje?). Enfim, Asylum superou a primeira temporada em muitos pontos, não só no horror, mas em todas as questões filosóficas e na crítica direta que fez. Uma coisa que tenho que destacar é a nova abertura. Como a história é totalmente diferente, não havia sentido que fosse a mesma abertura, só o que foi preservado foi a música, o que eu achei muito legal, pois fez com que as temporadas mesmo com histórias diferentes, ficassem de alguma forma interligadas. E foi até mais assustadora, tanto que passei até a pular!
Até os atores conseguiram se superar. Se Jessica Lange deu um show na primeira, não há nem o que falar de sua atuação em Asylum. Lily Rabe conseguiu superar a fantástica atuação de Nora Montgomery com a possuída Irmã Mary Eunice. E merece destaque a surpresa de Sarah Paulson, como a repórter presa em Briarcliff pela sádica Irmã Jude, Lana Winters. Uma bela surpresa, que roubou a cena. Sarah conseguiu realmente brilhar na série. Tenho que falar também das atuações dos veteranos Dylan McDermott (Ben Harmon da 1ª temporada), Evan Peters (Kit Walker) e Zachary Quinto, que também superaram suas atuações anteriores, em especial Zachary, que brilhou como o psiquiatra Oliver Thredson, encarregado de tratar do caso de Kit Walker.

Kit, Lana e Dr. Oliver no inferno de Briarcliff



A Murder House e Briarcliff vão deixar saudades, mas a terceira temporada está por vir e esperarei ansiosamente.