O que define uma boa série? Muitos fatores, sem dúvida. Mas
a “prisão” do telespectador eu defino como o mais importante. Uma série que
consegue demonstrar bem essa prisão é American Horror Story.
A princípio não esperava muito da série, mas conseguiu
surpreender de uma forma muito boa. Um dos principais atrativos de “American” é
a curiosidade que lhe desenvolve. A cada episódio acontece algo que lhe faz
ficar desesperado para saber logo o que vai acontecer, fazendo com que você
fique extremamente curioso para terminar logo a temporada.
Assim como eu muita gente não se entusiasmou muito em
assistir, nem preciso dizer que é por todo o seu clichê. Mas o que
seria do gênero horror sem clichês? A série é uma espécie de homenagem ás
histórias de terror americanas, e na primeira temporada temos logo de cara um
dos maiores clichês do terror: Uma casa mal-assombrada. E a casa é só um ponto
da longa reta que vemos de grandes clichês, como o filho do demônio, fantasmas
e assassinatos em massa em escolas. E apesar de tudo a série consegue ser
diferente, viciante e com um final surpreendente digno de palmas.
A primeira temporada gira em torno de um casal que passou
por uma crise e em busca de iniciar uma nova vida, muda-se com sua filha
adolescente para uma nova casa. A casa, é à primeira vista a casa dos sonhos
(lembra algo?), mas que esconde horrores que aos poucos vão sendo mostrados. “American”
consegue de uma forma incrível ser uma verdadeira série de terror, com muitas
cenas mostradas em flash causando uma confusão intencional na sua cabeça. Elementos já conhecidos como sustos, vidros quebrando, tremores, são usados com
sucesso, despertando realmente horror e perturbação. Tanto que a todo momento eu ficava esperando algo
assustador acontecer. Não só se lhe
perturba com o “horror assustador”, mas o horror psicológico, o drama de toda a
história, de cada personagem. Uma série
boa é feita por uma boa história e outras coisas, como já falei no início, mas
todos os detalhes envolvidos proporcionam maior sensação de completo. Presto
muito atenção nos detalhes, e um deles é as aberturas, e “American” se mostra
como uma completa série de terror com sua macabra abertura. Também
aborda assuntos polêmicos recorrentes, como o aborto e homossexualidade.
Apresentando também um caso entre o personagem principal que é terapeuta, com
uma paciente, como certa crítica á falta de ética de alguns profissionais da área.
E há muito o que falar do trabalho dos atores da série,
alguns deles presentes na segunda temporada. Jessica Lange deu um verdadeiro
show como a misteriosa vizinha Constance. Gosto muito também da
interpretação de Frances Conroy como a versão idosa da empregada Moira. Mas há
um que ficou extremamente bom, uma das personagens mais bem interpretadas da
série, Nora Montgomery, a primeira dona da Murder House,
com uma atuação incrível de Lily Rabe.
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Jessica Lange como constance |
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A insana Nora Montgomery |
E o que falar da segunda temporada? Se a primeira foi fantástica, a segunda fez com que ela
parecesse uma sériezinha fracasso. Fiquei
muito surpresa com o quanto conseguiu
superar. Nessa também temos presente muitos clichês: serial killers
mascarados, possessões, exorcismos...
A segunda temporada, Asylum, se passa na década de 60, em um hospício liderado
pela freira Jude, Irmã Jude (Jessica Lange, mais uma vez na série) e pelo Dr.
Arthur Arden (James Cromwell), os dois tem segredos obscuros e desejos jamais
realizados. Nesse hospício é preso Kit Walker (Evan Peters, também veterano),
sob acusação de ser o Serial Killer conhecido como Bloody Face (cara sangrenta),
a partir daí temos o desenvolvimento da história com outros prisioneiros do
Hospício Briarcliff.

Até os atores conseguiram se superar. Se Jessica Lange deu um show na
primeira, não há nem o que falar de sua atuação em Asylum. Lily Rabe conseguiu
superar a fantástica atuação de Nora Montgomery com a possuída Irmã Mary
Eunice. E merece destaque a surpresa de Sarah Paulson, como a repórter presa em
Briarcliff pela sádica Irmã Jude, Lana Winters. Uma bela surpresa, que roubou a cena. Sarah conseguiu
realmente brilhar na série. Tenho que falar também das atuações dos veteranos
Dylan McDermott (Ben Harmon da 1ª temporada), Evan Peters (Kit Walker) e Zachary
Quinto, que também superaram suas atuações anteriores, em especial Zachary, que
brilhou como o psiquiatra Oliver Thredson, encarregado de tratar do caso de Kit
Walker.
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Kit, Lana e Dr. Oliver no inferno de Briarcliff |
A Murder House e Briarcliff vão deixar saudades, mas a terceira
temporada está por vir e esperarei ansiosamente.
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