quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Voce gostaria de morrer afogado ou de sede?

Dia desses sonhei que a água havia acabado. O pânico era geral, ninguém sabia ao certo o que havia acontecido. Eu, dona do sonho [ou seria pesadelo ou uma visão do futuro] não sabia o que acontecia. Muitos diziam que era passageiro, que a água voltaria. Outros, pessimistas assim como a que vos fala acreditavam no fim.

Uma explicação: a água escassa era a potável, pois lá fora havia em abundância. Estávamos todos ilhados. Parecia aquele filme que passava na sessão da tarde antigamente em que os oceanos tinham tomado quase todo o globo e alguns procuravam obstinadamente por terra.

Na verdade tinha até aqueles piratas, eu me tornava uma. E partimos em busca de respostas. Encontramos bichos gigantes, tartarugas enormes. Muitos a bordo morreram, só restavam um pirata e eu. Quando avistamos uma enorme tartaruga eu falei - parece loucura, mas acho que devemos perguntar a ela o que está acontecendo e o que ainda está por vir, pela seu tamanho ela deve ser bem velha e possuir uma carga grande de sabedoria.

Descia da embarcação numa pequena ilhota para falar com a sábia. a principio ela se assustou com a minha presença, então eu disse - não se preocupe amiga, não vou te machucar. Venho em busca de conhecimento acerca disso que está acontecendo com o mundo. A tartaruga que não fugia mais de mim falou serenamente com uma voz de idosa - o pior ainda está por vir.

Isso me assustou um pouco. Perguntei o que viria, afinal. Ela respondeu - a resposta da natureza. Confusa eu falei - não sei se isso é vingança da natureza, mais que ironia. Iremos morrer de sede, mesmo com água em abundância. Tudo isso por ter negligenciado por séculos nossos deveres com a nossa mãe natureza.

A tartaruga - e o pior é que nós vamos pagar por erros que sua raça cometeu. Esse foi o fim de nosso dialogo. O silencio foi nossa despedida, foi como um agradecimento e um aperto de mão respeitoso.

Parti. Cheguei em casa frustrada. Não, eu não sentia a sensação de dever cumprido, eu havia fracassado e ainda carregava a culpa de todos os erros humanos na consciência. É um fardo por demais pesado para ser descarregado em uma pessoa só. Imaginei o tempo que ainda havia uma saída, se cada ser humano estivesse sentindo todo esse peso que eu sentia agora talvez o futuro poderia não ser esse.

Já era tarde, acordei. Hora de ir trabalhar.

Um comentário:

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