terça-feira, 14 de outubro de 2008

Analisando os tempos de escola

Época de escola foi um dos períodos mais traumatizantes da minha vida. ainda sou jovem sei, mas os nossos piores monstros são criados aqui Não foi o mais traumatizante porque comparado em numero perde para os traumas que a minha vó me causou. falarei sobre em outro post, talvez

Da primeira até a sexta série eu era aquela que todos tiravam onda. Pior, eu não fazia nada, não conseguia me defender, muito menos ninguém me defendia. Pior ainda, os mesmos que me sacaneavam vinham sempre me pedir arrego na hora de trabalho em grupo ou prova porque sabiam que eu sempre tirava notas boas e também porque mesmo eles fazendo o que faziam sabiam que eu não diria não. Pois é, eu não conseguia dizer não aos imbecis. E sim, eu nunca precisei me esforçar para aprender algo, nunca fiquei em provas finais até o segundo ano do médio e nunca repeti.

As meninas eram mais bonitas e mais desenvolvidas que eu. Acho que sofria algum distúrbio/atraso hormonal que me fazia parecer ter dez anos quando na verdade já tinha quatorze. Por esse motivo não se misturavam muito comigo, nem eu com elas. Ficavam zoando comigo porque na hora do intervalo eu ia pra biblioteca.
Sabe aquelas perguntas que os professores fazem na sala? Eu sempre sabia a resposta, mas minha voz saia tão baixa quando eu falava que só quem ouvia eram os malas atrás, na frente ou dos lados da minha carteira. Então eles repetiam como malditos papagaios o que eu havia falado e levavam o crédito.

Gostei de um menino na terceira série. Ficava tão feliz em vê-lo que estava sempre a sorrir em sua presença. Tipo um sorrisinho de leve. Ele nem notava que eu existia, até que um dia o primeiro comentário que fez sobre mim foi:
- essa menina sempre com esse sorriso no rosto, parece até uma palhaça.
Precisa dizer que traumatizou? Sim, foi um golpe tremendo.

Na sétima a família havia mudado e eu fui estudar numa escola nova. Todos passaram a me respeitar porque no primeiro dia de aula o professor de matemática fez tipo uma pergunta sobre o assunto que ele estava explicando, pergunta de lógica, e eu sabia da resposta, mas fiquei calada. O professor insistiu duas vezes e na terceira disse que quem respondesse ganharia um 10,0. Como eu não ia conseguir falar alto disse a resposta pra menina do meu lado, mas ao invés dela responder gritou:
- professor ela sabe a resposta – e apontou pra mim.
O professor me chamou e pediu que eu respondesse. Estava falando baixinho, para ele quando o mesmo me interrompeu e mandou-me falar para os alunos, olhando para eles. Quase morri. Falei, e o professor me elogiou, mesmo sabendo que era fácil, só por eu ter sido a única na classe que sabia responder coerentemente.
Só fiquei nessa escola um semestre. Fiz o restante em uma, a oitava e o primeiro em outra. Nesse tempo me tornei revoltadinha, metida a roqueirinha. Hahahahahhaahh

Na oitava e no primeiro andava com os mais bagunceiros e ficha suja da escola. Foi bom porque não era mais alvo de piadinhas Não na minha frente A turma nova me transmitia uma falsa segurança. Segurança em troca de cola, de trabalhos, ou seja, era um tipo de acordo. Eu dava as notas e eles me “protegiam”.

No segundo ano fui para uma escola centenária, onde muitos cérebros importantes do estado estudaram. Fiz alguns poucos colegas, amigos não porque a maioria dos que estudavam lá se achavam os reis só porque a escola tinha status. Um bando de idiotas que ao invés de andar desfilavam pelos corredores, com celular do momento e as roupinhas da moda. Até terminar, fui só um rostinho anônimo entre as posers “estrelas”.

Bom, hoje vejo que o que aconteceu criou em mim uma casca.
Quando preciso falo alto, não fico por baixo quando me zoam. Aprendi a me defender umas aulinhas de jiu-jitsu ajudaram a ter um pouco de confiança apesar de que nunca precisei partir pra agressão sozinha, até estou soltando mais o sarcasmo que invadia minha mente. Só que eu antes não tinha coragem de falar com receio de magoar os outros. Cansei de ser o saco de pancadas.
Moral: o patinho feio...
...ehr, continua feio. brincadeirinha
A lagarta finalmente se transformou numa, digamos, mariposa? Daquelas da evolução de Darwin.

4 comentários:

Anônimo disse...

mudando alguns pequenos detalhes, tu descreveu minha vida escolar.

Giuliane disse...

Que coincidencia.
mas como diria o Malvadinho: "Todo blogueiro apanhou na escola"
Entende?!

Anônimo disse...

Olá mariposa Giu! :)
Realmente a fase de escola é complicada para quem é educado, ou seja, quem respeita os outros e deseja o mesmo para si. Mas convenhamos, "os educados" tornam-se capazes de aguentar desafios e superá-los, evitando fraquezas que podem levá-los a situações irracionais, como: caso Eloá (precisa de mais comentários?). Resumindo, "os educados" são blogueiros, ops! quis dizer, são detentores do poder da racionalidade (caso algum "não educado" esteja lendo esse comentário, favor pesquisar sobre racionalidade na internet para tentar entender o que falei).
ASS: Pablo de Oliveira.

OBS: Giu, que história é essa de jiu-jitsu?

Giuliane disse...

Andou lendo as subliminares né?
Eu pratiquei umas aulinhas de defesa pessoal, mas já faz muito tempo e eu até já esqueci muita coisa.
bj